31.7.11

Moustiers Sainte-Marie, uma estrela entre duas montanhas

Vista dos telhados de Moustiers.
Moustiers não só é uma linda estrela entre duas montanhas, tem realmente uma estrela dourada pendurada entre elas velando sobre as pequenas casinhas de pedra clara. Existem várias versões e lendas sobre a sua origem. A mais conhecida conta que um certo cavaleiro Blacas, cruzado feito prisioneiro pelos sarracenos em 1210, teria feito uma promessa à Virgem Maria: se conseguisse voltar à sua cidade natal, suspenderia sobre ela uma estrela em homenagem à Virgem. O mistério perdura até hoje. A estrela já caiu onze vezes e a que podemos ver hoje em dia, folheada a ouro, é de 1957 e mede 125 cm de diâmetro. A corrente que a sustenta mede 135 metros e pesa 150 kilos.
Esta adorável cidadezinha também é conhecida mundialmente por ser a capital da faiança, um tipo de cerâmica totalmente recoberta por um esmalte à base de estanho que a deixa branquinha e brilhante. Depois da aplicação do esmalte a peça é pintada e vai ao forno pela segunda vez para que se fixem o esmalte e a pintura. Vale a pena comprar uma pecinha em alguma loja da cidade.
Moustiers, como não poderia deixar de ser, faz parte da lista Les plus beaux villages de France desde 1981. 
Além de percorrer todas as suas ruazinhas, visite também o rico patrimônio histórico: a igreja paroquial, Monumento Histórico, com um dos campanários mais bonitos da Provença; a capela Notre Dame de Beauvoir (prepare-se para subir 262 degraus), de finais do século XII e também Monumento Histórico, com uma vista excepcional da cidade e de seus telhados; as velhas fontes de água potável distribuidas por ruelas e pracinhas, onde antigamente homens e animais matavam a sede; as muralhas medievais. Um riozinho com pequenas cachoeiras passa pelo meio da cidade e às vezes a gente se pergunta se tudo isso é mesmo de verdade...

A capela Notre Dame de Beauvoir.

A igreja paroquial ao fundo, com seu campanário.
Detalhe de uma casinha.
O riozinho que corta a cidade.
































Bem pertinho de Moustiers estão as gargantas do rio Verdon (les gorges du Verdon), um dos cânions mais profundos da Europa, com uma paisagem impressionante. As águas do Verdon são de um azul-turquesa incrível e o cânion se estende por 50 km. Me impressionou poder ver muito de perto, a ponto de ouvir o barulho do vento entre as penas das suas asas, abutres enormes voando sobre as gargantas. Você pode percorrê-las de carro por dois caminhos, la Route des Crêtes ou la Route de la Corniche Sublime, ambos com inúmeros belvederes com vistas de tirar o fôlego.
Se a ideia é radicalizar um pouco a viagem, no lago artificial de Sainte Croix, o terceiro maior lago da França, você pode alugar um caiaque e dar umas boas remadas ou nadar. Na região das gargantas existem opções esportivas para todos os gostos, desde trilhas de diferentes níveis de dificuldade, passando pela escalada e por atividades náuticas (rafting) e aéreas (parapente). Impossível entediar-se.

Dica de hospedagem:  ficamos no Hotel Le Colombier, um três estrelas honesto e super simpático a apenas 600 metros do centro histórico e com preços bastante acessíveis conforme o quarto e a temporada. Aprovado e recomendado. Visite o site (francês, inglês, alemão e italiano) para mais detalhes.

As gargantas do rio Verdon em um dia nublado.
Vista de parte do lago artificial de Sainte Croix.

Mais sobre Moustiers Sainte-Marie
Office de Tourisme Moustiers Sainte-Marie (francês e inglês). Excelente site com informação detalhada sobre a região, hospedagem, atividades esportivas, gastronomia, etc.
Moustiers Sainte-Marie em Les Plus Beaux Villages de France (francês e inglês)
Mapa
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Mais sobre as gargantas do Verdon e o Lago Sainte Croix
http://www.net-verdon.com/ (francês)

29.7.11

La grenadine, para beber sem contar as calorias

Duas grenadines em Figeac.

França + verão + terraço com mesinhas = grenadine! Um copo dessa deliciosa bebida mata a sede rapidinho. O problema é que sempre dá vontade de pedir mais...
A grenadine era originariamente um xarope vermelho feito à base de polpa de romã (grenade em francês, daí o nome) e fabricado na França, no Marrocos e na Espanha. Hoje em dia, pelo menos na França, o xarope se fabrica com 10% de suco de diversas frutas vermelhas e baunilha ou com extratos de frutas. As frutas podem ser framboesas, groselhas, groselhas negras, morangos, sabugueiro e as quantidades variam de fabricante a fabricante. Se prepara misturando água muito fria e xarope a uma proporção de mais ou menos 50% para cada ingrediente.
Quando você pede une grenadine às vezes o copo já vem com a bebida pronta, outras vezes o garçom traz o xarope no copo e uma jarra de água, como na foto, para que o freguês misture ao seu gosto. Eu prefiro metade/metade porque não fica nem muito doce nem muito sem graça e se pode apreciar bem o sabor do xarope. Mexa bem para que o xarope não se concentre na parte de baixo do copo.
Sim, tudo bem, eu sei, é quase tudo artificial, tem muito açúcar, essa cor vermelha tão bonita e impossível será efeito de muito corante, mas que delícia!!! Além disso, minha filosofia de viagem para bebidas e comidas em geral é: não sei quando vou voltar a beber ou comer isso, então, ao ataque e sem culpas! ;-)